Ás vezes penso em escrever um livro. Escrever sobre tudo o que passei: os meus medos, os meus fantasmas, o meu sofrimento e o dos que me rodeiam.
A minha irmã sempre me diz que sou o orgulho dela. E é incrível como isso me faz chorar. Sou quem sou, sou parte do que vivi e do que me fizeram passar.
Chorei. Berrei. Até me mordi. Pensei que fosse o fim, que não tinha mais forças ou razão para viver. Hoje, olho para trás e, apesar de não ter sido fácil, foi mais fácil do que eu pensaria que fosse. Com muita ajuda e força, não sei bem de onde, ergui-me e hoje olho de frente para a vida.
Um diz disseram-me 'És o orgulho de muitas mulheres que nunca tiveram a coragem que tiveste, incluindo eu'. Chorei e abracei-a. Nunca tinha visto essa perspectiva.
Gostava de escrever, de dar força, de ajudar, porque sei como é difícil. A maior força vem de nós. A maior força, até pode nascer da raiva com que ficamos. Mas, no fim, o alivio acalma a dor. O tempo passa, vamos ultrapassando as varias etapas e vamos reconquistando a nossa auto-estima. No fim, sabemos que, o que aprendemos ninguém nos tira. A dor endurece. O mais importante é tirar este nó na garganta e sorrir, porque um dia tive tanto medo de morrer.
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